“A maternidade e o encontro com a própria sombra – o resgate do relacionamento entre mães e filhos” – Resenha

Desde que descobri minha gravidez venho me preparando psicologicamente para a maternidade. São muitas mudanças corporais e emocionais que reviram suas convicções mais profundas e seus piores medos, e é por isso que mesmo antes de descobrir a existência desse livro eu já sabia – bem lá no fundo – que a maternidade é, de muitas maneiras, o encontro com a própria sombra.

Por sorte, encontrei esse livro incrível de Laura Gutman que pôde confirmar meu sentimento e, de certa forma, me acalmar, mostrando possíveis soluções para lidar com essa parte obscura que todos nós carregamos e que por muitas vezes procuramos ignorar. A obra fala sobre os mais diversos aspectos da maternidade e sobre como o vínculo mãe-bebê é cada vez mais deixado de lado mediante as mais incabíveis justificativas.

O livro é dividido em 13 capítulos que discorrem desde a gravidez, parto e puerpério até o desfralde, xixis na cama, sexo após a chegada dos filhos, papel do pai, amamentação e sono do bebê. Mas tudo isso com um olhar muito carinhoso para com a mãe e o bebê, sempre levando em consideração a sombra que aflige esses dois corpos fusionados.

Afinal, o que é a sombra?

Já nas primeiras páginas do livro é possível notar que existe um teor psicanalítico, e como estudante de psicologia não pude deixar de perceber que essa abordagem é extremamente importante para que o leitor entenda e absorva tudo o que é dito. Isso não significa que você, leitor, precisa entender sobre psicanálise mas é interessante saber que a autora segue por essa linha.

Sombra é um termo difundido por Carl Gustav Jung, não é necessariamente a mesma coisa que inconsciente (termo cunhado por Sigmund Freud) mas representam coisas parecidas. A sombra é a personificação da parte psíquica que negamos em nós mesmos e que projetamos nos outros.

Sombra seria como olhar suas próprias costas, ou seja, você não a enxerga. Enxergamos a nossa sombra nos outros, nesse fenômeno que chamamos “projeção”, quando coloco no outro aquilo é meu, mas não aceito. Tudo aquilo que negamos e guardamos dentro de nós, mas não sabemos disso.

Um dos objetivos da psicoterapia – da terapia com um psicólogo – é a integração da personalidade: integrar o que parece inferior e que foi ficando de lado, excluído de nossa vida para que possamos ampliar nossa experiência e assumir a responsabilidade por isso.

“Não há alternativa no encontro consigo mesmo. Ou questionaremos com sinceridade nossos aspectos mais ocultos, sofridos ou dolorosos, ou então esses aspectos procurarão se infiltrar nos momentos menos oportunos de nossa existência”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Saber o que significa esse termo é muito importante para entendermos a fusão emocional e como isso ocorre no vínculo criado entre mãe e bebê.

Quando nasce uma criança imaginamos que ela se torna alguém à parte, alguém diferente de sua mãe, no entanto aquele ser que vivia nas entranhas, corporais e emocionais, de sua mãe não se desvincula com facilidade.

Lendo, lembrei-me da teoria da exterogestação, desenvolvida pelo antropólogo Ashley Montagu, que diz que o motivo de termos bebês tão imaturos (do ponto de vista biológico) está no desenvolvimento de nossa espécie.

Comparados a outros filhotes de mamíferos, os bebês humanos são muito mais dependentes dos cuidados materno e paterno para a sobrevivência. O desenvolvimento é lento até conquistarem a capacidade de se locomoverem e se alimentarem sozinhos ou, pelo menos, conseguirem manter um padrão de sono e alimentação mais semelhante ao de um adulto.

Por isso, baseado nessas observações, Montagu defende que os primeiros meses de vida após o parto poderiam ser considerados parte da gestação e são essenciais para que o bebê continue o desenvolvimento e se adapte completamente à vida extrauterina.

Evidentemente, a teoria fala da parte física da criança, no entanto, podemos avançar também para o aspecto emocional, que se funde com os aspectos físicos e emocionais da mãe.

A própria mãe se sente “diluída” entre ela mesma e sua criança, entre suas “coisas de adulta” e as “coisas de bebê” que agora a vida lhe impõe.

“O bebê vive como se fosse dele tudo aquilo que a mãe sente e recorda, aquilo que a preocupa ou que ela rejeita. Porque, nesse sentido, são dois seres em um.”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Isso quer dizer que momentos dolorosos e difíceis onde a mãe se sente amedrontada, dividida, em dúvida podem, e por vezes irão, afetar o bebê, seja em forma de doença ou choro intenso.

Obviamente que crianças adoecem e choram. A questão é quando mesmo após averiguadas as necessidades básicas do bebê (fome, frio, calor, tédio) ele continuar chorando, devemos voltar o olhar para aquela mãe que sofre em silêncio e que sem saber e sem querer projeta sua sombra em seu filho.

A partir do momento em que a mãe reconhece sua sombra, ela tira de seu bebê toda a carga emocional que outrora tanto o incomodava, assumindo assim seu problema e podendo chamá-lo pelo nome, responsabilizando a si mesma e resolvendo a situação.

Olhando assim, podemos perceber como a maternidade é uma oportunidade de crescimento para aquelas que estão cientes do tamanho da responsabilidade em criar uma pessoa e ao mesmo tempo traçar uma jornada de autoconhecimento interminável.

Parto, Puerpério e Depressão

Antes de eu introduzir o que a autora escreve em seu livro, acho interessante discorrer um pouquinho sobre a minha visão de parto.

Sempre quis parto vaginal, para mim essa via faz bem mais sentido, principalmente quando pensamos o parto de forma abrangente, é um dos eventos mais importantes na vida de uma mulher.

É quando concretizamos a nossa cocriação com Deus, transformando nosso corpo em passagem, dando sangue, suor e lágrimas pela vida de nosso filho. É um momento de intimidade com nosso próprio corpo, com nossa própria alma e é um momento de dor mas não de sofrimento.

Isso não quer dizer que haja algum demérito em passar por um procedimento cirúrgico para ter seu bebê. No entanto, me incomoda o fato de o parto ter se tornado algo tão instrumental e corriqueiro para alguns profissionais que as indicações de cesárias se tornaram desmedidas e a violência obstétrica em ambas as vias é comum.

“Uma cesariana é tão grave? Não, não é gravíssima em si: hoje em dia as cesarianas salvam muitas crianças e mães, e é uma maravilha que exista essa possibilidade sem grandes riscos. A única coisa grave é o número de cesarianas que são praticadas no mundo ocidental por desconhecimento, por dinheiro, por estarem a serviço da comodidade dos profissionais e pela banalização desta prática”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Dito isso, quando Laura Gutman inicia o segundo capítulo de seu livro falando sobre o parto dessa mesma forma que eu o enxergo minha reação não poderia ser outra a não ser de felicidade.

O parto se tornou um assunto polêmico para muitas pessoas e pude perceber isso na prática, quando ao falar que o parto vaginal é a minha via escolhida ouvi e ainda ouço muitas histórias trágicas de mães e bebês que perderam suas vidas, de crianças que desenvolveram problemas cognitivos pois o parto vaginal “demorou demais” ou qualquer outra justificativa.

É possível perceber que a maioria das mulheres não estuda e apenas replica o que ouviu ou que acha, muitas delas nas melhores intenções, sei disso. Mas é impossível dissociar essas falas à transformação do parto em algo simplesmente corporal e feito igualmente em várias mulheres como se fosse uma linha de produção.

“De maneira lamentável, hoje em dia consideramos o parto um ato puramente corporal e médico. Um trâmite que, com certa manipulação, anestésicos para que a parturiente não seja um obstáculo, drogas que permitam decidir quando e como programar a operação e uma equipe de profissionais que trabalhem coordenados, possa extrair um bebê corporalmente são e comemorar o triunfo da ciência. Esta modalidade está tão arraigada em nossa sociedade que as mulheres nem sequer se questionam se foram atrizes ou meras espectadoras de seu parto. Se aquele foi um ato íntimo, vivido na mais profunda animalidade, ou se fizeram o que esperavam delas.”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Evidentemente, um parto mal vivido, às vezes com intervenções desnecessárias, violência verbal e ou física, marcado pela solidão e pelo medo terá algum tipo de consequência no puerpério.

O puerpério é por si só uma fase desafiadora para toda a família, em especial para a mulher que tem a sensação de enlouquecer, perder as referências, sente vontade de chorar e muitas vezes se sente só, mesmo com muitas pessoas ao redor. Por vezes, essas mulheres são diagnosticadas com depressão pós-parto e medicadas a certo nível que mal conseguem cuidar de seu filho recém nascido.

Infelizmente muitas doenças mentais são diagnosticadas de forma errônea, principalmente a depressão que tem muitas nuances e maneiras de existir. O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) diz que caracteriza-se depressão quando há:

  • Desânimo acentuado, ou anedonia.
  • Redução ou aumento do apetite, com ganho ou perda de peso em 1 mês;
  • Alterações do sono: hipersonia ou insônia;
  • Pessimismo associado a sentimentos de culpa e/ou inutilidade;
  • Baixa autoestima;
  • Agitação psicomotora ou retardo;
  • Prejuízo da concentração com dificuldades para pensar.

Em uma puérpera é de se esperar que pelo menos um desses sintomas apareçam, se não sua maioria. O que não quer dizer depressão por si só. Nessa adaptação com o bebê em casa muita coisa muda, há uma baixa de hormônios, sono desregulado, ansiedade, medos, o casal fica muito em casa, e é normal a tristeza aparecer em momentos como esse, principalmente com o primeiro filho.

O diagnóstico de depressão precisa ser muito bem feito e a mulher deve ser acompanhada de perto.

“As tão renomadas depressões pós-parto, ou até as psicoses pós-parto, têm mais relação com a desumanização e os maus-tratos atrozes do que com a síndrome do ventre vazio. Também é preciso que uma fragilidade psicológica prévia ao parto e um cenário de violência, solidão e rígidas regras morais e repressivas ajudem uma suposta “depressão” a se instalar como um grito desesperado. É inegável que a falta de reconhecimento e suporte em relação a uma mulher que precisa de muito apoio, proteção, afeto e aceitação para atravessar um parto e se desprender do corpo de seu filho leva facilmente a sentimentos de tristeza e solidão, de incompreensão e confusão. Mas há um abismo entre a tristeza e a depressão pós-parto.”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Lactação

“Todas as mães, absolutamente todas, podem amamentar seus filhos”. Com essa frase a autora começa a falar sobre amamentação. Uma frase que me soou bem curiosa, porque minha mãe não conseguiu amamentar. Na primeira consulta de rotina, o médico disse que eu não havia ganhado tanto peso e que o leite de minha mãe não poderia me sustentar, foi aí que comecei a tomar fórmulas.

Antes de engravidar nunca havia pensado exatamente sobre amamentação e na verdade, meu medo é não conseguir amamentar, assim como ocorreu com minha mãe. (E quando a gente entra nesse mundo da maternidade vê o quanto nossas mães são parâmetros para nossas decisões, medos e dúvidas)

Acontece, que assim como em todo o processo desde a gestação, a mulher prefere acreditar no que é dito a ela e a seguir ordens sem ter muita base. Aconteceu com nossas mães que sem informação não podiam perguntar, argumentar, entender e então tomar a decisão mais cabível, mas não pode acontecer conosco que, ao contrário, podemos tomar as rédeas da nossa gestação, parto, puerpério e criação dos nossos filhos.

“Mulheres muito imaturas, que não foram mimadas, ou que não se beneficiaram do olhar atento e profundo de seus progenitores, costumam ser ingênuas a ponto de acreditar em qualquer coisa e em qualquer um que se apresente diante delas com autoridade”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Durante a leitura desse capítulo percebi que parto, puerpério, amamentação, criação de filhos, todas essas coisas apesar de serem separadas capítulo a capítulo, na vida real se apresentam como um amontoado de coisas, todas juntas, tudo ao mesmo tempo, sem muito tempo de pensar, absorver e responder. E as mais variadas dúvidas, palpites, medos, tristezas resolvem aparecem juntas também, sem muita trégua.

Mas os conselhos contidos nesse capítulo sobre amamentação se fazem valer para todas as demais áreas.

“Deveríamos refletir sobre o que permitimos que ocorra em nossa sociedade. Por que é que qualquer um pode palpitar sobre uma coisa tão íntima como é o início ou o fim da lactação e por que as mulheres admitem expor sua maior fragilidade e levar em conta qualquer lobo que se disfarça de vovozinha para comê-las? Por que insistimos em nos aferrar à menina que vive dentro de nós e não permitimos desenvolver a nossa consciência? Qual é o risco de conhecer nossas certezas íntimas e lhes dar credibilidade?”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Papel de pai e papel de marido

Existe uma mudança inegável dentro da família quando um bebê nasce. E é exigido da mãe e do pai que cumpram com seus papéis enquanto progenitores e enquanto marido e mulher. No entanto, há uma diferenciação muito grande quando as pessoas da relação são maduras e de quando não são.

Precisamos diferenciar se casamos com alguém que é uma pessoa madura e que entende o fato de que quando parimos deixamos de ser totalmente esposas e nos tornamos muito mais mães daquele novo serzinho do que qualquer outra coisa.

Acontece que muitas mulheres idealizam seus parceiros e fantasiam com um príncipe encantado que na verdade não existe. Muitos homens veem na mulher a figura que o sustenta emocionalmente e espiritualmente (por vezes até mesmo materialmente) e por isso com a chegada de um novo integrante na família não entendem seu papel de parceiros nessa nova jornada e se sentem deixados de lado.

O papel do pai é facilitar a fusão entre a mãe e o bebê, deixar tudo pronto para que ela, que está frágil, não precise pensar, fazer e se desgastar. O papel do marido é também defender sua família das visitas indesejadas, dos comentários maldosos e estar emocionalmente disponível para sua esposa, apoiando ativamente sua introspecção enquanto mãe, confiando no processo e confiando em sua própria esposa.

Existe um porém, se a relação já não era de plena confiança, disponibilidade e maturidade, então a chegada de um bebê pode abalar ainda mais as estruturas do casal.

E aquelas que não têm marido?

A autora divide esses casos em duas situações: as mulheres que foram abandonadas por seus parceiros e que saíram dessa relação muito frágeis esperando que por compromisso ou lealdade o pai da criança a assumiria e as que decidiram levar adiante a gravidez conscientes e com vontade de criar seus filhos sozinhas.

Laura Gutman fala muito em todos os capítulos sobre a biografia humana, ou seja, os eventos da sua vida que o trouxeram até aqui. Por isso, principalmente para o primeiro caso, é muito importante que essa retrospectiva seja feita, uma vez que fazendo isso a mulher entenderá o porquê se envolveu com esse homem e porquê exige essa responsabilidade dele já que o mesmo nunca comprovou ser maduro a tal ponto.

Durante a leitura a autora discorre sobre o amor e como essa construção acontece primeiro entre homem e mulher e depois para com o bebê. A mãe sente amor pelo seu filho assim que ele nasce enquanto o pai precisa transferir o amor que sente pela esposa para o filho de forma gradual. O homem precisa da intermediação de uma mulher para amar e “paternar”.

Já aquelas mulheres que resolvem criar seus filhos sozinhas e estão bem com isso sabem que ninguém tem obrigações para com elas ou com seus filhos. Criar um filho sozinha é difícil nas duas situações mas essas mães têm uma maior condição emocional para dar suporte a seu bebê.

Crianças merecem saber a verdade

Comunicar para crianças é diferente de comunicar para adultos. Adultos sabem o que significa “ir trabalhar” sabem o que significa “hora do almoço” e muitas outras coisas que crianças ainda não sabem.

As crianças pequenas e os bebês merecem ser comunicados de tudo o que acontecerá mesmo que não entendam exatamente as palavras. A compreensão independe de linguagem.

“Por que é necessário dar tantas explicações? Porque a verdade concreta dita com palavras organiza o entendimento das crianças e constrói a estrutura emocional sustentada pela lógica. As palavras têm o papel de fazer a intermediação entre as crianças e o mundo.”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Levando em conta o que nos foi dito no primeiro capítulo do livro, saber a verdade, saber a nossa verdade e comunicar a criança é uma maneira de não só nos entendermos e nos aproximarmos de nossa essência mas também de livrar nossos filhos das projeções de nossas próprias sombras.

“Agimos de maneira terrivelmente infantil quando queremos contar a nós mesmos a lenda de que as crianças “não sabem, não entendem, não percebem”. A única coisa que conseguimos com isso é falar do assunto equivocadamente, coisa que gera confusão e sofrimento no seio da família. Nessas circunstâncias, as crianças se sentem sozinhas, porque ficam emocionalmente sozinhas. Não é apenas a perda real (a morte, por exemplo) que provoca sofrimento, mas, sim, a solidão que surge quando cada um precisa se encarregar, sem acompanhamento, do que acontece consigo.”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Exigências dos adultos

Enquanto adultos exigimos que as crianças desmamem rápido, durmam sozinhas rápido, desfraldem logo, falem o quanto antes, e buscamos que nossos filhos estejam sempre adiantados.

Queremos que crianças se adaptem ao mundo dos adultos porque a mamãe precisa voltar a trabalhar ou porque precisamos colocar o Enzo na escolinha e lá não pode usar fralda. O mundo é por vezes cruel com as crianças que são exigidas de muitas formas em um tempo mais rápido do que o que elas precisam.

Um outro tipo de exigência comum (mas não normal) é requirir que a criança seja a melhor da turma, tire notas excelentes e ainda a colocamos na natação, judô, ginástica e esperamos que essa criança seja um adulto eficiente e que se beneficie de tudo isso que está aprendendo agora.

“Estamos perdendo de vista a natureza da criança humana. São seres que precisam de contato, intimidade, brincadeira, momentos de “não fazer nada”, de estar, simplesmente, no colo. Merecem que sejam respeitados seus ritmos de sono e de vigília, e de estar com o outro e permanecer, e usar chupeta, e ser mimados, e ficar à toa, e perder tempo. Enfim, merecem ser bebês. Ser criança. Os adultos podem adotar a velocidade quando gostam ou lhes faz bem, mas impô-la às crianças leva-as a pagar um preço muito alto. A aflição para que cheguem mais depressa e mais longe sem saber muito bem aonde, para que saibam mais e estejam mais bem-preparadas para um futuro ameaçador, parece uma piada surrealista.
O futuro ou o êxito das crianças em uma sociedade competitiva depende mais da estrutura emocional, do amor, do olhar, da proteção, da compreensão de seu ser criança e da brincadeira criativa do que do inglês que possam aprender aos 4 anos.”

Laura Gutman no livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”

Por fim, posso dizer que gostei muito de ter lido esse livro, principalmente estando grávida da minha primeira filha e recomendo fortemente que todas as mães, grávidas, puérperas e aquelas que têm seus filhos mais velhos, que o leiam, pois essa leitura é daquelas que nunca se esgota e em cada fase como mãe tenho certeza de que é possível tirar algo novo!

“Nós, mulheres, somos os pilares do futuro. Temos a obrigação de ser cada vez mais conscientes para manter vínculos de respeito mútuo, e, então, poder criar filhos em um sistema amoroso. Porque, no final das contas, tudo o que nos acontece é por falta de amor.”


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